O Mondego foi, durante séculos, a única e principal via de comunicação entre as populações do interior e do litoral. A inexistência de caminhos-de-ferro, estradas, transportes internos e a rapidez e baixo custo do transporte fluvial transformaram o Mondego, da nascente até à foz, no responsável pela subsistência e economia das populações por ele banhadas, transportando de Penacova embarcações (Barca Serrana) carregadas de madeira, lenha, carqueja e carvão, com destino a Coimbra e Figueira da Foz e, trazendo, no regresso, sal, pescado, milho, pipas de vinho e outras mercearias.
Porto da Raiva, em meados do séc. XIX, era considerado o porto mais importante de todo o curso navegável do Mondego, desempenharia até à primeira metade do séc. XX o papel de grande entreposto comercial, ligando o litoral com a região beirã.
Hoje, na casa onde nasci, existe um Típico e conhecido Restaurante onde se pode saborear a Lampreia à moda de Penacova, a bela Chanfana além de outros manjares...
Aos 2 anos e meio de idade (meados de 1950) fui com meus pais para Moçambique, para a minha saudosa e querida cidade da Beira onde cresci, estudei e me fiz mulher. Foi a bordo no navio Angola, que naquele tempo levava um mês ou mais, que eu deixei o Continente com destino a Àfrica, mais própriamente para desembarcar na cidade da Beira!
Durante os anos que vivi naquele maravilhoso país, tive alguns períodos da minha vida em que permaneci na Metrópole... como se dizia, por ocasião de férias graciosas de meus pais, etc.
Vivi muitos belos e marcantes anos, no nosso Moçambique.
Só em 1974, por motivos da sua precipitada independência, como por todos é sabido, tivémos de abandonar Lourenço Marques e voltar para Portugal pois a instabilidade era muita e não reuníamos condições para lá continuar a viver, sobretudo com uma filhinha de 3 anos e uma gravidez de 7 meses e meio!
Ao tomar a decisão de voltar, profissionalmente, surgiu-nos a oportunidade de virmos para Braga, para a Universidade do Minho e assim aconteceu.
Apesar de todos os graves problemas políticos na saída de Lourenço Marques e também, posteriormente, na chegada a Portugal e própriamente em Braga, pois foram muito complicados os primeiros tempos, finais de 1974 e 1975, aqui fiquei a viver nesta linda e agradável cidade de Braga, neste Minho maravilhoso. Aqui trabalhei, aqui criei os meus lindos filhotes, e hoje, aposentada, gozo a sua companhia assim como a dos três netinhos que são a luz dos meus olhos.
Além de gostar imenso de conviver com amigos, a paixão da fotografia e das viagens marcaram os últimos anos da minha vida.
Inicei as minhas viagens com uma ida aos Estados Unidos, Flórida, onde estive um mês, o fatídico Setembro de 2011! Corri toda a Flórida, incluíndo a visita de dois dias à Disney World, em Orlando. Mesmo sem sermos crianças é difícil esquecer aquele mundo da Disney World ! A Flórida é lindíssima e fez-me sentir, de novo, aquela sensação de que estava em Moçambique... as praias são muito parecidas.
Mas, como toda a vida fui campista, e o bichinho não passa, a partir dos finais de 2001, tornei-me autocaravanista.
Dessa forma, percorri inúmeros países da Europa (Espanha,França, Luxemburgo, Inglaterra (UK, Escócia e País de Gales), Bélgica, Itália, República de San Marino, Principado de Liechtenstein, Principado de Mónaco, Alemanha, Suiça, Suécia, Slovénia, República Checa, Lituânia, Estónia, Letónia, Noruega (com 3 dias no Cabo Norte), Gibraltar, Marrocos, enfim não sei se me estarei a esquecer de algum.
Assim reuni milhares de fotografias, milhares de recordações, que podem ser vistas nos meus álbuns Picasa-Google. Quem quiser aceder a esses álbuns basta clicar na minha foto em Benidorm, na capa deste Blog, onde diz "As minhas fotografias". Aí, depois de abrir o link actual de álbuns (Graça Moreira nº 8), é só procurar ao lado direito, em galerias ligadas, todos os restantes links com os núneros 7, 6, 5, 4, 3, 2 e 1, sucessivamente. Os álbuns das viagens encontram-se no link Graça Moreira nº 1.
Não me posso esquecer de incluir aqui a minha fiel companheira, a Farrusca, que, desde 2001, me faz companhia, tendo ela também corrido todos, mas todos os países por onde viajei. Já está velhota... quando a recolhi, abandonada, em 2001, tinha aproximadamente 1 ano.
E aqui ficou um resumo da minha existência...
Agora, enquanto não parto para outra, vivo um dia de cada vez, partilhando o convivio com a família, com os muitos e bons amigos, aceitando convites daqui e dali, organizando e participando em tudo para o que sou convidada, gozando a vida... enquanto ELE me deixar.
